Gordura subcutânea - o que é, como perdê-la e sua influência no peso
- Vilém S.
- 14 de set. de 2023
- 6 min de leitura
Ela é responsável por mudanças em nossa forma física e, se em excesso, até alterações de saúde. Se você não consegue definir os músculos ou tem pensado em ser mais saudável, talvez seja a hora de entender a gordura subcutânea. Você sabe como lidar com ela?

Nessa matéria:
Mas o que é gordura subcutânea?
A gordura subcutânea é caracterizada por uma gordura macia e mole, que fica entre a pele e os músculos. O nome vem exatamente dessa posição, pois sub = embaixo e cutânea = referente a pele (cútis).
A gordura subcutânea é formada por células adiposas pequenas, que podem aumentar de tamanho em até dez vezes para armazenar gordura toda vez que você ganha peso. Além disso, também podem se reproduzir para armazenar ainda mais gordura, se multiplicando rapidamente.
A ausência da gordura subcutânea é a maior responsável pelo visual definido e músculos aparentes das pessoas mais magras, ao mesmo tempo que seu excesso pode impedir a visualização desses músculos, mesmo nas pessoas mais musculosas, dando um visual grande, porém sem nenhuma definição.
Porque acumulamos gordura?

O corpo armazena toda a energia (que foi absorvida através da alimentação) mas que não foi consumida, em forma de gordura. E isso tudo é parte do processo de evolução do ser humano. A energia é essencial para a nossa sobrevivência, e obter essa energia nunca foi fácil, diferente de hoje, que a alimentação é abundante e barata, quando comparada ao passado.
Por isso, aqueles que armazenavam melhor a energia em forma de gordura sobreviviam mais, e passaram esses genes para frente,
enquanto os que se mantinham magros mesmo comendo muito, não tinham uma boa reserva de energia para os períodos de escassez e eram os primeiros a sucumbir.
Esse armazenamento eficiente de energia também foi o responsável pelo desenvolvimento de um cérebro maior e mais complexo, exatamente porque um cérebro poderoso como o cérebro humano gera um gasto enorme de energia para nos permitir inteligência e habilidades intrinsicamente nossas.
É claro que hoje, com a abundância e a facilidade de obtenção de alimentos, não precisamos mais desse sistema de armazenamento tão eficiente, e acabamos tendo muita dificuldade em lidar com ele, nos tornando a geração com o maior índice de obesidade da história da humanidade.
Gordura subcutânea como proteção

Além disso, a gordura subcutânea tornou-se importante para a proteção de nossos órgãos internos em eventuais agressões externas, amortecendo os choques e impactos, e até mesmo como isolante térmico, tanto para o frio, como para o calor, formando uma barreira que nos protege e estabiliza nossa temperatura corporal.
E claro, como apontamos anteriormente, a gordura subcutânea também nos protege nos momentos de escassez de alimento ao transformar-se em energia novamente, quando não temos o que comer por muito tempo.
Como tudo na vida, o equilíbrio é sempre essencial, e com relação à saúde, isso não poderia ser diferente. A gordura subcutânea, quando presente em quantidades exageradas (assim como a falta excessiva dela, como nos casos de anorexia ou fome, por exemplo) nos coloca sob risco de todo o tipo de distúrbios e problemas de saúde, seja física ou mental.
E a gordura visceral?

Enquanto que a gordura subcutânea é menos problemática e relativamente simples de ser eliminada, a gordura visceral oferece vários riscos sérios à saúde, como:
resistência à insulina (diabetes),
esteatose hepática (gordura no fígado),
alterações no colesterol e triglicérides,
alguns tipos de câncer,
apneia do sono
e consequente aumento do índice de mortalidade.
A gordura subcutânea, juntamente com a gordura visceral, são as grandes responsáveis por aquela barriguinha tão comum hoje em dia (e indesejada), e muito tem se falado sobre esses riscos dessa barriguinha.
Para você saber diferenciar a gordura visceral da gordura subcutânea:
A gordura visceral se localiza entre as vísceras, por isso o nome. Ela se acumula entre os seus órgãos, por trás dos músculos, empurrando esses músculos para frente sempre que aumenta de tamanho, e por isso tem uma aparência mais firme, dura (a clássica "barriga de chope").
A gordura subcutânea está logo abaixo da pele, então é mole e muito maleável. É aquela que produz dobras ao sentar e que você pode pegar e puxar com as mãos, facilmente.
A perimetria abdominal

A perimetria abdominal é um índice pensado especialmente para avaliar os riscos de problemas à saúde causados pela barriguinha. Ao fazer a perimetria abdominal, quanto maior a circunferência abdominal, maior o risco para o seu corpo.
Conforme orientações da OMS (organização mundial de saúde),
o ideal para homens é que a circunferência da barriga não ultrapasse os 90 cm, enquanto que para as mulheres o valor máximo indicado é de 80 cm.
Lembrando que essa medida é apenas uma orientação, já que ela pode mudar com a altura e o tipo físico de cada indivíduo.
A medição por perimetria abdominal deve ser feita no ponto médio entre a crista ilíaca (o osso mais alto em nossa cintura, que sentimos com as mãos, bem visível nas laterais) e a última costela. A posição ideal é, em média, entre um a dois dedos acima do umbigo.
Bioimpedância

Bioimpedância é uma forma de medir a proporção de gordura corporal, massa muscular e massa óssea. Esse é um método bem preciso que consegue medir a gordura subcutânea e também a gordura visceral, diferente dos outros métodos, que alcançam apenas a gordura subcutânea, na superfície da pele.
Para fazer essa medida, a bioimpedância utiliza uma corrente elétrica (daí o seu nome) inofensiva. Os vários tecidos do corpo possuem resistências específicas e diferenciadas à correntes elétricas, e é identificando essas diferenças que descobre-se a proporção entre gordura corporal, massa musculas e massa óssea.
A gordura subcutânea e o ganho de peso

Existem vários fatores que estão relacionados ao ganho de peso, e cada um deles tem impactos diferentes no esforço para perder ou manter o peso saudável:
A genética tem um papel bastante importante, pois existem genes que determinam as características da pessoa com relação ao apetite, à saciedade, ao metabolismo e até à forma de lidar com o estresse.
O estilo de vida moderno: comemos mais, e mais rapidamente, ao mesmo tempo em que não preparamos mais nossos alimentos em casa, muitas vezes escolhendo opções muito menos saudáveis. E também nos exercitamos muito menos.
Usamos carros para tudo: até mesmo para ir até a esquina. Não caminhamos até os lugares como nossos antepassados, e nosso corpo tem pagado o preço por isso.
Utilizamos eletrodomésticos que facilitam a vida. E essa facilidade é maravilhosa, porém gastamos muito menos calorias por isso.
Temos excesso de telas em nossas vidas: nos divertimos sentados confortavelmente em nossas salas, sem gasto de energia, e muitas vezes comendo alguma coisa para nos distrair.
Estresse e falta de sono: que nos levam a comer mais e pior. Ao acumular muita tensão e dormir pouco, nosso cérebro pede alguma recompensa para aguentar a pressão, e essa recompensa vem em forma de comidas prazerosas, porém nada saudáveis.
Grande disponibilidade de alimentos: e em sua maioria, eles são extremamente calóricos, além de estarem presentes em todos os lugares, seja no shopping, no cinema, nas inúmeras lanchonetes, nos supermercados.
É importante notar que todos esses fatores são importantes, e a própria genética tem um peso muito impactante no acúmulo de gordura no corpo e no ganho e perda de peso, porém nenhum desses fatores é determinante.
O que determina o acúmulo (ou não) de gordura no organismo é o balanço calórico. Balanço calórico é a entrada de energia, através dos alimentos, e deve se equilibrar com o gasto de energia, em forma de movimento e atividade física.
Quer perder peso e diminuir a gordura corporal? Desequilibre o balanço calórico. Consuma menos energia (o que significa comer menos calorias), e gaste mais energia (o que significa fazer mais atividades físicas). Se a entrada é menor do que a saída, você perde peso. Simples assim.
Como reduzir a gordura abdominal

São várias as atitudes possíveis para diminuir a gordura abdominal. Além de melhorar a saúde em todos os aspectos, você ganhará, como um ótimo bônus, a perda da famigerada gordura subcutânea e também da gordura visceral, uma das maiores vilãs da saúde moderna.
São todas atitudes bastante simples, mas que devem ser consistentes e se transformar em rotina para gerarem um resultado duradouro:
Mexa-se, caminhe, corra, não importa, apenas não pare!
Escolha a bicicleta, se preferir: bastam de 30 a 60 minutos em velocidade moderada, diariamente, para colher os primeiros frutos da atividade física.
Evite o elevador sempre que possível, suba e desça pelas escadas. Posso falar por experiência própria: notei uma pequena melhora em meu condicionamento físico com essa simples mudança.
Alimente-se de forma saudável: evite carboidratos simples, doces e farinhas. Leia todos os rótulos dos alimentos com atenção. Troque os alimentos processados por comida "feita em casa" sempre que puder, e use alimentos ricos em fibras e proteínas, como os feijões e as sementes em geral.
Não fume. Alguns estudos sugerem que o tabagismo estimula um maior consumo de alimentos doces. Além, claro, de todos os malefícios já conhecidos.
Se puder, levante pesos: a musculação é perfeita para isso. Você perde peso mesmo depois do treino, em descanso, pois o gasto calórico continua por um bom tempo, e aumentar a sua massa muscular aumenta ainda mais esse gasto.
Aproxime-se de pessoas que tenham os mesmos objetivos que você, e faça novos amigos. Deixe-se influenciar por pessoas que tenham bons hábitos alimentares e que se exercitem, deixe-se estimular por eles e perceba as melhoras em sua vida.
Esqueça dos procedimentos estéticos: se você não mudar seus hábitos, cirurgias serão apenas temporárias. Além disso, elas não servem de nada para a gordura visceral, e isso inclui a lipoaspiração.
Últimas palavras
Entender o que é a gordura subcutânea é importante para entendermos o nosso próprio corpo e descobrirmos como melhorar a nossa saúde e aparência. Mas, mais importante do que isso, é colocar essas mudanças em prática e realmente atingir o seu objetivo. O que você tem feito para viver melhor?
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