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Amor, meu amor - a verdade sobre o sentimento mais humano

  • Foto do escritor: Vilém S.
    Vilém S.
  • 29 de ago. de 2023
  • 9 min de leitura

Amor, uma palavra tão repetida que paramos pouco para pensar sobre ela. Você entende, de verdade o amor? Vamos nos aprofundar nesse sentimento e detalhar tudo sobre ele.

cartinha de amor e corações
Como você lida com seus sentimentos?

Nessa matéria:

Amor

Amor é sentimento falado, cantado, prometido, mas tão pouco compreendido. Em nome dele já foram criadas uma quantidade enorme de obras de arte belíssimas, de poesias, de músicas. Pelo amor se vive e até mesmo se mata.


Pelo amor, e em seu nome, já foram erguidos monumentos como o Taj Mahal, construído no século XVII pelo imperador Shah Jahan (ou Xá Jeã) à sua amada que havia morrido. e então ele mesmo, ao morrer, juntou-se à ela no Taj Mahal, por toda a eternidade.


Curiosidade: O Taj Mahal foi construído como uma "mesquita funerária", tendo como o seu principal propósito ser o local de descanso de Mumtaz Mahal, a esposa favorita do imperador Shah Jahan, da Índia.


A fisiologia do amor

Muito mais do que apenas um sentimento essencial para a experiência humana, o amor é uma capacidade e necessidade biológica de cada um de nós. São componentes químicos de nosso organismo que causam as transformações físicas e mentais que sofremos quando nasce o amor, e essas transformações drásticas, por sua vez, causam ainda mais alterações em nosso corpo.


Logo que o amor se instala, entram em ação três hormônios principais, inicialmente:

  1. Noradrenalina - que vai estimular a produção de adrenalina, responsável pelo aumento dos batimentos cardíacos, que tornam-se então acelerados, e pela mão suada. Todo mundo que já se apaixonou sabe bem como é esse sentimento, não é verdade?

  2. Dopamina - o hormônio do bem-estar, prazer e felicidade. Por isso ficamos tão radiantes e nos sentimos tão bem quando amamos, e por isso também é que sempre queremos um pouco mais.

  3. Feniletilamina - sua produção pode ser desencadeada por uma troca de olhares, pela proximidade, e por tantas outras interações com o ser amado, e acaba por causar sensações bem próprias da paixão, como o tão conhecido friozinho na barriga.


Mas então, conforme o tempo passa, o coração já não acelera mais como no início, e as mãos não ficam mais tão suadas. E agora, acabou o amor? Não! É nesse momento que estamos entrando numa segunda fase do amor, pois agora o seu organismo se acostumou com a nova realidade e já não precisa mais reagir de forma tão agressiva como antes. O amor está mudando.


É então que outras substâncias produzidas em seu corpo passam a ter maior importância. Essas substâncias são os hormônios:

  • ocitocina e

  • vasopressina.

Esses hormônios são liberados com ações como beijos e abraços, e até mesmo durante o ato sexual, e estão relacionados à formação de uma conexão muito mais duradora e forte entre um casal, ao próprio relacionamento sexual e amoroso, e também à família como um todo, incluindo inclusive os filhos.

silhueta de casal molécula hormônio
Há muita ciência por trás do que sentimos

Por quê amamos quem amamos?

Já não é de hoje que a ciência vem buscando alguma comprovação sobre qual é o primeiro gatilho que nos leva a manifestar o amor. Algumas pesquisas sugerem que, para nos apaixonarmos, o primeiro passo é entrar em contato com o cheiro da outra pessoa (e precisa ser o cheiro certo para você), o que poderia até mesmo sugerir a ação de feromônios (como acontece em outros animais).


Os feromônios são substâncias químicas produzidas e secretadas por membros de uma mesma espécie para comunicar questões bastante específicas entre si. Esses feromônios agem influenciando as atitudes dos indivíduos presentes e até mesmo alterando seus comportamentos.


Alguns exemplos clássicos e muito bem estudados da ação dos feromônios no mundo animal acontecem entre as formigas, as abelhas (que os usam para todo o tipo de comunicação), e até mesmo os cães, nesse caso gerando atração sexual para o acasalamento.


Porém, entre os humanos, ainda existem algumas divergências entre os pesquisadores e essa possibilidade de interação através de substâncias no ar ainda gera controvérsia, muitas dúvidas e poucas respostas.

Mas a atração vai muito além dos feromônios, seja no caso do amor ou da paixão. Algumas pessoas nos atraem mais do que outras, e isso acontece devido às características particulares de cada pessoa. Pode ser que a forma de falar mexa com você, ou então o caminhar, a personalidade, ou tantas outras características específicas, e muitas vezes você nem saberá exatamente porque gosta daquela pessoa.


Se estamos abertos e vulneráveis, permitindo uma conexão real, o amor sempre pode acontecer, acelerando nossos batimentos cardíacos e criando aquele desejo de estar sempre junto da pessoa amada.


É com o passar do tempo que decidimos, aos poucos, se esse amor vai permanecer, se vamos continuar alimentando ele e brigando para que sua chama se mantenha acesa.

casal apaixonado homem carregando mulher
É intrínseco ao ser humano o querer ser amado

Amor e carinho

Amor, carinho, respeito, cuidados com o outro; nem só de paixão vive o amor. Com o tempo, uma relação duradoura se tornará mais amorosa e carinhosa, quando estamos falando de um casal. Além disso, existe também o amor entre pais e filhos, familiares, amigos, e em casos todos, o carinho se torna parte essencial do sentimento.


O nascimento do amor entre duas pessoas pode levar ao nascimento do carinho, mas o carinho também pode levar pessoas a se amarem, aos poucos.

O contato diário, o respeito, a preocupação com o outro, pode acabar te fazendo perceber que você quer ainda mais a presença daquela pessoa em sua vida.


Mas não precisa se preocupar, o carinho pode ser apenas carinho, se preocupar com alguém, tratar as pessoas de forma genuína e cuidadosa não te obriga a qualquer outro tipo de sentimento, muitas vezes isso significa que você é apenas uma pessoa carinhosa, que gosta de saber que as pessoas ao seu redor estão bem.

mulher jovem cuidando de idosa
Nem todo amor é romântico, e não é menor por isso

O amor é cego?

Essa frase é muito usada na cultura ocidental e já a ouvimos diversas vezes, seja no cinema, na literatura ou na música. Mas qual é a verdade? O amor é mesmo cego, ou não é? Eu diria que a resposta é: depende.


É possível se apaixonar perdidamente por alguém, e ignorar várias características negativas dessa pessoa, características essas que só iremos percebemos apenas muito tempo depois, quando a poeira baixar, e em muitos casos, é nessa hora que há a sensação de arrependimento e frustração.

Então, desse ponto de vista, o amor é sim bastante cego.

Porém, o que podemos falar de tantos casais que se amam e nunca passaram por isso? Afinal, mesmo nos dias de hoje, muitos casais se juntam, formam uma família, e ficam juntos até os seus últimos dias. Nesses casos, não parece haver qualquer cegueira amorosa, e sim um sentimento legítimo e muito bonito, desses que todos nós, no fundo adoraríamos encontrar.


Talvez o amor seja cego, ou talvez seja apenas a paixão que nos impede de ver muitos dos defeitos do outro (e esquecermos dos nossos próprios defeitos), mas no final das contas, é apenas tendo essas experiências que vamos descobrir a verdade. E não há realidade mais satisfatória do que buscar essa verdade por contra própria, e viver a vida como ela deve ser.

casal conectado pelo coração
E você, acha que o amor é cego?

Acabou o amor

Esse é um dos maiores medos de qualquer casal que se ame, quando pensam no futuro que existe pela frente. Então vem a pergunta: será que esse amor irá acabar? E muitas vezes acaba mesmo, senão não teríamos tantos casais se desfazendo. Então, quando você percebe que já não sente mais o que sentia antes: aquela sensação boa causada pela companhia do companheiro e a vontade de sempre ficar por perto, e já não conta mais as horas para estarem juntos, o que fazer?


Será mesmo que acabou o amor? Esse questionamento faz surgir uma tristeza muito grande, e muitas vezes até mesmo culpa, afinal, ninguém quer que algo tão bonito acabe. Mas é verdade, a perda desse sentimento que um dia já foi tão forte, mas que agora praticamente não se manifesta, pode acontecer, e em seu lugar sobrará, provavelmente, apenas um grande carinho.


Ciclos fazem parte da vida de todos nós, então não se culpe.

Porém, se valeu a pena até então, já pensou em não desistir? Lembre-se que, para amar, precisamos começar doando amor e cuidando do outro. O primeiro passo precisa vir de nós.


Muitos casais passam por essa situação e, ao invés de fugir e procurar a saída mais fácil, lutam um pelo outro, e conseguem recuperar o amor e o relacionamento com a mesma intensidade de antes, e as vezes, até mesmo com maior intensidade.


Mas também existem outros casos em que, não havendo equilíbrio ou reciprocidade, o amor realmente acaba de vez. A verdade é que toda relação, para valer a pena e ser mantida e cultivada, deve ser saudável, onde cada um tem liberdade para ser quem é. É assim que nasce o amor, e é assim que ele é mantido e nutrido.

casal separando fotos rasgadas
O fim, como o início das coisas, também faz parte da vida

Tipos de amor


- Amor erótico

A palavra "erótico" tem a sua origem em Eros, o deus do amor dos antigos gregos, e nos tempos modernos está sempre relacionada ao desejo carnal e o sexo propriamente dito. Muitas vezes se confunde o amor com a paixão, porém esses são sentimentos diferentes, apesar de muitas vezes estarem presentes ao mesmo tempo.


O amor é um sentimento mais abrangente, que vai muito além do puro desejo e do sexo, e envolve o cuidado com o outro, a devoção à quem se ama, o respeito e o compromisso para que a relação seja duradoura.


A paixão, por sua vez, acontece já no primeiro contato visual, no primeiro olhar, e é avassaladora, mesmo quando as pessoas envolvidas não conhecem qualquer característica ou a personalidade do outro. É até pela falta desse conhecimento que algumas vezes a paixão acaba rapidamente, da mesma forma que começou. Quando acontece da paixão resistir à esse início intenso, então ela pode se transformar verdadeiramente no amor, mudando completamente a dinâmica do relacionamento.


- Amor fraternal

Esse é o amor sem o teor romântico. Ocorre entre pessoas que tem, por exemplo, os mesmos interesses, como amigos e também entre familiares.


O amor fraternal é o amor preocupado principalmente com o bem-estar do outro, e as pessoas que amam fraternalmente estão sempre prontas para auxiliar o outro em suas necessidades, compartilhando confidências e aconselhando sempre que solicitado.


É também uma característica do amor fraternal a participação nas conquistas um do outro, compartilhando das alegrias, e também das tristezas, ao oferecer um ombro amigo sempre que houverem adversidades.


- Amor dos pais pelos filhos

Uma das formas mais genuínas de amor, e talvez uma das maiores, o amor dos pais pelos filhos nasce naturalmente, assim que ocorre a fecundação. Essa forma de amor existe e persiste, apesar de qualquer situação, independentemente da personalidade e das características do filho, mesmo através das realidades mais adversas.


É claro que nada é perfeito, então o amor entre pais e filhos deve também ser cultivado e cuidado com atenção e carinho. As alterações hormonais, combinadas com as necessidades de cuidado intensivo com o bebê são, muitas vezes, excessivos para algumas mães, principalmente quando não contam com apoio.


Nesses casos, devido às demandas da vida de uma mãe (que podem ser enormes), seja física ou psicológica, pode haver o começo da depressão, da síndrome de burnout, e até da exaustão. O amor pode continuar presente, mas ocorre a impossibilidade dele ser expressado e, claro, se essas situações perdurarem por muito tempo, podem se refletir nos filhos e afetar o desenvolvimento saudável da criança.


- Ágape (amor pela humanidade)

A palavra ágape tem origem grega, e significa amor e caridade, e em tempos modernos é muito usada no contexto religioso. Ágape é o amor dos homens pelos seus semelhantes, o amor pela humanidade e o amor recíproco entre Deus e os homens.


E são muitas as variações da significação e ressignificação da palavra ágape ao longo do tempo. Está colocado, por exemplo, nos primeiro e segundo mandamentos, dois exemplos de amor ágape:

  1. Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma de todo o seu entendimento e

  2. Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

famílias felizes que se amam
O amar deve ser apreciado em todas as suas formas

Falando de amor

Os estudiosos da evolução humana têm atribuído ao amor uma grande parcela de contribuição para a forma como a nossa evolução, como espécie, ocorreu ao longo do tempo. O amor materno, por exemplo, é responsável por garantir os cuidados com o bebê, e certamente foi imprescindível para isso.


Sem cuidar, proteger e alimentar seus bebês por um longo período de tempo (inclusive após o desmame), seria impossível garantir que os bebês se desenvolvessem e vivessem por tempo suficiente para se tornarem adultos. A pele nua de nós humanos, por exemplo, sem as pelagens protetoras que outros animais possuem, obrigava as mães humanas à manter o corpo de seu bebê unido ao seu por muito mais tempo.


Um outro exemplo dessa contribuição do amor para a nossa evolução é o processo de retirar os parasitas do corpo de companheiros, atividade muito comuns que vemos em vários primatas, e esse cuidado com o outro provavelmente teve, além do carinho e cuidado, um efeito erótico, garantindo a atração e a reprodução.


O amor também está associado à maior longevidade da fêmea em relação ao macho (e ainda é assim, até hoje). Temos também o fato de a fêmea cuidar dos filhos, e até dos netos, o que levou à seleção, de forma bastante natural, do gene da longevidade humana.


Esses são apenas alguns exemplos dos vários fatores estudados que mostram que o amor foi uma das principais motivações fisiológicas que garantiram a nossa evolução e nos tornou quem somos hoje, como espécie.


Você já tinha pensado nisso? O amor foi o grande responsável por existirmos hoje, da forma como somos.

pessoas falando sobre amor
As opiniões podem ser muito divergentes, sobre o mesmo sentimento

Para concluir, uma poesia

E não é atoa que a poesia, que se preocupa tanto com as questões humanas, sejam nossas dores ou nossos prazeres, fala tanto do amor. Por isso compartilho, então, uma pequena poesia, que nos revela algumas facetas desse sentimento.


"Às vezes me penso dono de um coração que vive em peito alheio,

tendo enterrado em meu próprio peito uma porção de corações assim,

sei que soa num tal cântico, que ecoa,

e se eu repito esse seu canto, sempre ressoa.


Sobrevivem em meu peito

esses corações alheios,

numa simbiose inteira,

reverente ao tempo.

Tenho me perdido em memória;

o tempo é frágil, descora-se,

mesmo se em águas calmas aflora.


Tenho enterrado em meu peito,

e venho repetindo o tal cântico,

de um coração que me é alheio,

logo, não passa de mera poesia;

tão logo põe-se ao alcance,

faz-se da palavra, sinestesia.


O meu próprio,

residente em peito alheio,

a essas canções

também responde:

âmago, âmago."


- Vilém S.

coração e pena de escrever

Fontes:

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